Especialistas debatem soluções alternativas para melhorar a logística e o transporte de mercadorias no RS

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7 de dezembro de 2023

Especialistas se encontraram na FIERGS durante o 2º Seminário Logística e Cadeias Globais para abordar a logística e as cadeias de abastecimento, considerando a infraestrutura necessária e os desafios do comércio exterior brasileiro. Durante o evento, os participantes discutiram a situação atual e futura da logística no Rio Grande do Sul, focalizando o transporte de mercadorias nos modos aéreo e marítimo. Eles propuseram alternativas visando superar os principais obstáculos enfrentados nesse contexto.

“Aprimorar nossa estrutura logística é não apenas viável, mas fundamental para impulsionar o progresso do Rio Grande do Sul. É crucial destacar que a indústria deve ser central neste diálogo, pois a logística influencia diretamente na competitividade dos produtos gaúchos tanto no mercado nacional quanto no internacional”, comentou Aderbal Lima. Ele é diretor do CIERGS e coordenador do Conselho de Comércio Exterior (Concex) da FIERGS, entidades responsáveis pela organização do evento em conjunto com o Conselho de Infraestrutura (Coinfra), realizado na tarde de segunda-feira.

No painel inicial intitulado “RS como ponto central de transporte aéreo na Região Sul”, representantes da Fraport Brasil se uniram para discutir. André Ogg, gerente de logística no Aeroporto de Porto Alegre, e Pedro Navega, gerente de aviação nos aeroportos de Porto Alegre e Fortaleza, administrados pelo grupo alemão, enfatizaram o potencial de crescimento do aeroporto da capital gaúcha. Navega destacou que cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB) sul-americano está localizado em países a aproximadamente 1.900 quilômetros de distância de Porto Alegre. Ogg complementou, mencionando que o aeroporto atualmente opera com capacidade para processar cerca de 56 mil toneladas de carga por ano, mas possui um potencial superior, podendo atingir até 100 mil toneladas, mostrando-se ainda abaixo do seu máximo aproveitamento.

Também estiveram presentes no evento o gerente nacional de carga para o Brasil e América do Sul na TAP Air Portugal, Marcelo Vitorino; o gerente nacional de vendas do Mercado Livre, Marco Fabrizio; e Jaqueline Schünke, sales manager da DSV Logistics. Durante o encontro, Vitorino enfatizou que Porto Alegre tem potencial para se tornar uma alternativa viável aos Aeroportos de Guarulhos e Viracopos (Campinas), que são os principais pontos de recebimento de transporte de cargas no país, especialmente considerando a saturação do Aeroporto de Guarulhos. Ele apontou que apenas 3,28% da carga aérea destinada à exportação no Brasil passa pelo aeroporto da capital gaúcha.

No segundo painel do evento, intitulado “Perspectivas, Tendências e Cabotagem no Transporte Marítimo”, foram reunidos diversos especialistas, incluindo o diretor comercial do Tecon Rio Grande, Rodrigo Velho; o sócio-fundador e CEO da Solve Shipping Intelligence, Leandro Barreto; o diretor comercial do Grupo MSC, Laurent Van der Voo, e o diretor comercial da Log-in, Felipe Gurgel. Durante as discussões, Velho expressou a convicção de que o Porto de Rio Grande tem todas as condições necessárias para se transformar em um importante centro de negócios para o Rio Grande do Sul, podendo alcançar a posição de segundo maior porto do Brasil, ficando atrás somente do Porto de Santos. Por outro lado, Gurgel ressaltou a relevância da cabotagem como a opção mais adequada para o transporte de longas distâncias no Brasil, destacando vantagens como sustentabilidade, segurança da carga e custos mais baixos, entre outros benefícios.

Por outro lado, Barreto enfatizou que os desafios primordiais do momento são a descarbonização e a implementação de práticas sustentáveis no transporte, especialmente diante do intenso debate na Europa sobre esses temas. Ele alertou que empresas que não conseguirem operar de maneira ambientalmente consciente correm o risco de perder cada vez mais clientes. Segundo suas observações, a indústria naval contribui com cerca de 3% das emissões totais de carbono globalmente. A meta estabelecida até 2030 é reduzir em 40% as emissões em comparação com os níveis de 2008.

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