O Porto Meridional de Arroio do Sal, cuja assinatura do Contrato de Adesão ocorreu em outubro, já gera impactos significativos no mercado imobiliário e na construção civil do litoral norte gaúcho, antes mesmo do início de suas operações, previstas para 2028. Segundo o Sinduscon-RS, o Valor Geral de Vendas (VGV) da região deve crescer 50% no segundo semestre de 2024, comparado aos primeiros seis meses, alcançando R$ 250 milhões até o fim do ano.
Esse crescimento reflete a valorização generalizada dos imóveis. Nas áreas urbanas, a procura aumenta em regiões centrais, à beira da lagoa e no Balneário Rondinha, onde o porto será instalado. Nas áreas rurais, os preços das glebas dispararam, com o hectare saltando de R$ 30 mil para R$ 100 mil devido à especulação imobiliária.
Além de fomentar o setor imobiliário, o Porto Meridional promete ser um marco logístico, atendendo ao comércio internacional e impulsionando o desenvolvimento econômico e social da região. O governador Eduardo Leite reiterou apoio à iniciativa, destacando seu potencial transformador para o estado.
No entanto, o saneamento básico é apontado como um dos principais desafios para o crescimento sustentável do município. A prefeitura assinou um acordo com a Corsan/Aegea e os Ministérios Públicos Estadual e Federal para viabilizar investimentos no sistema de esgotamento sanitário. O plano prevê a ampliação da cobertura para 35% até 2028, com conclusão total até 2033.
Com um aporte previsto de R$ 70 milhões até 2033 pela Corsan/Aegea, o presidente regional do Sinduscon-RS, Renan Martinello Marques, acredita que o saneamento será o gatilho necessário para destravar o pleno potencial econômico da cidade. O futuro prefeito, Luciano Pinto, também reforçou a prioridade do saneamento como ponto-chave para a atração de novos investimentos.
Apesar dos desafios, o mercado projeta continuidade no aquecimento da construção civil em 2025, com expectativa de alta de 15% a 20% no VGV, consolidando Arroio do Sal como um polo estratégico para o desenvolvimento regional.